sábado, 28 de novembro de 2015

Mesa de debate discute Mapa da Violência 2015 na UNIFAP


Na última sexta-feira, 27, aconteceu na Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) a mesa de debate sobre o mapa da violência de 2015, a discussão trouxe um olhar para as desigualdades de gênero e raça. O encontro lotou o auditório da biblioteca central da Unifap com a presença de acadêmicos, professores e representantes de movimentos sociais. 

O evento contou com a presença da socióloga e assistente social Alzira Nogueira, além da professora Lylian Rodrigues, e Jacqueline Nascimento, coordenadora da Articulação de Mulheres Lésbicas e Bissexuais do Amapá (ALBA).

A coordenadora do projeto ‘Políticas do Corpo’, Lylian Rodrigues, abriu o debate falando sobre os enfrentamentos a cerca da sociedade conversadora e preconceituosa. Ao entrar no tema sobre a violência, mesclou casos mundiais e locais, desde o tráfico de negros até à violência local a pessoas de bairros periféricos.

Alzira Nogueira deu grande ênfase ao índice de violência contra mulher, relatando números de homicídios às mesmas. “Os números são avassaladores, é assustador. A pergunta central do mapa é que sociedade e sociabilidade é essa que vivemos? Que processo social estamos vivendo que nos leva a esse lugar? De opressão, negação ao outro.”.

Jacqueline Nascimento trouxe seu debate e relato através da ausência de olhar às visibilidades lgbtt. “Nesse mapa, eu me encontrei como mulher, como jovem, como negra, mas não como lgbt. Nós não estamos no mapa da violência, nós não estamos em lugar nenhum. Passamos da invisibilidade para a invisibilidade estereotipada”. A estudante trouxe ao debate índices publicados pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), onde mostra o Brasil como 1º lugar no ranking mundial de assassinatos a lgbtt´s.

Posteriormente, o público também teve voz contribuindo para a discussão, trazendo inquietações e vivências.






Criles Monteiro
Acadêmica do Curso de Jornalismo Unifap

Fotografia: Marta Bezerra e Joaquim Gatz

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Roda de conversa 'Chuca e Siririca' atrai cerca de 150 pessoas na UNIFAP


A Roda de Conversa Chuca e Siririca aconteceu no dia 26 de novembro e contou com a presença de aproximadamente 150 pessoas. O evento que estava marcado para as 17h30 já reunia público meia hora antes.
Enquanto o publico ia se aconchegando na roda e arredores, as falas iam surgindo e sendo expostas pela comunidade e os movimentos sociais presentes, como a ALBA, ANEL, FALGBT, DCE e a comunidade acadêmica. 

A primeira fala foi da Professora e coordenadora do Colóquio de Comunicação e Artes: Politicas do Corpo Lylian Rodrigues, que ressaltou a importância dos temas serem expostos e tratados com seriedade, explicou a importância do conhecer-se e do sentir-se, relatou experiências do próprio intimo para exemplificar a censura que existe em falar sobre os sentidos do corpo.

O dialogo continuou com o professor António Carlos Cavalcante, do colegiado de medicina que fez abordagens dos temas mesclando método, higienização, e os cuidados necessários com o corpo. Logo foi abordado pelos presentes que possuíam duvidas quanto aos métodos corretos a serem utilizados em relação a chuca e siririca, António esclareceu as duvidas e apresentou situações desconhecidas para muitos ali.



A resistência dentro da universidade para que o evento acontecesse foi pautada mais de uma vez pelos acadêmicos que trouxeram contribuições e experiências a serem compartilhadas com a roda, que não ficou presa ao tema tão polêmico “chuca e siririca”.


O corpo e suas politicas foram protagonistas das discursões, duvidas, experiências, e apelos. A busca por informação e a representatividade mostrou o empoderamento dos indivíduos presentes quanto às temáticas, quanto à seus corpos e ao enfrentamento às censuras do conservadorismo. 

Veja algumas fotos:
















Reportagem:Anália Ramos
Acadêmica de Jornalismo - Unifap

Fotos: Marta Bezerra e Igor Thiago

Pré-evento terá como debate Mapa da Violência 2015

O I Seminário em Gênero e Diversidade na Escola, II Colóquio de Comunicação e Artes: Políticas do Corpo e III Simpósio sobre Gênero e Diversidade, terão como pré-evento, participação na mesa de debate ‘Mapa da violência 2015’, realizado pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) e Marcha das Vadias do Amapá. O debate acontecerá nesta sexta-feira, 27, ás 17h na biblioteca central da UNIFAP.

A professora e coordenadora do projeto Políticas do Corpo, Lylian Rodrigues, levará experiências em comunicação que constroem olhares sobre a cartografia da violência, a internet como possibilidade experimental de produção de pesquisa e atividade de extensão (MALINI, Fábio – LABIC UFES), especialmente vinculado a cultura local, relatando a experiência vivida pelos grupos Políticas do Corpo e Gênero e diversidade, na Unifap. Levando também o debate, de como a circulação de prints, links, textos e imagens nas redes sociais facebook e whatsapp, assim como os corpos, em ocupação ou circulação, constroem uma teia interessante para se olhar e analisar a violência na instituição.


DANDARA VIVE?

“Mulher é encontrada morta dentro de casa” A violência de gênero no Brasil é exorbitante ao ponto de triplicar na ultima década em algumas regiões do país, como, na Paraíba que o aumento foi de 343,9%. Ao todo 54% dessas mulheres são negras segundo o Mapa da Violência. Frases como a citada acima são reproduzidas aproximadamente 4 vezes por dia em noticiários diferentes, consequentes da cultura da misoginia e do sexismo. 

O Mapa da Violência 2015 trouxe uma questão de séculos à tona, mas que começou a ser questionada no Brasil há pouquíssimo tempo considerando que a figura do feminino é marginalizada desde o berço da história e a primeira lei para proteger a mulher no Brasil foi sancionada em agosto de 2006, Lei Maria da Penha. A persistência e ainda o aumento dos casos de violência contra a mulher promoveram debates e grandes lutas dos movimentos sociais feministas, em 2015 seria sancionada a Lei do Feminicídio, que caracterizaria crime hediondo quando a vitima estivesse em situação de vulnerabilidade, vulnerabilidade esta questionada por muitos, já que biologicamente a condição do sexo masculino por si só já deixa a mulher vulnerável. 

Em 2013 o Brasil ocupou o 5° lugar do País que mais matou mulheres no mundo, e a estimativa é que essas mulheres sejam na grande maioria negras com idade entre 18 e 30 anos e sofram a violência letal no próprio domicilio pelo cônjuge. O índice maior de homicídio se concentra na região sudeste do país tanto para homens quanto para mulheres.

Antes da violência letal, a vítima sempre passa por outros tipos de violência, e a mais reincidente é a física, mas também acontece psicológica, sexual, econômica e por aí cresce o numero de mulheres agredidas diariamente. 

Houve um declínio nos registros de violência contra mulheres brancas, enquanto a violência contra a população feminina negra duplicou em 10 anos passando de 1.864 para 2.875. 

Todas as informações apresentadas estão contidas no Mapa da Violência 2015, desenvolvido por Julio Jacobo Waiselfisz pela FLACSO Brasil. 


Serviço

Data: 27/11/2015
Horário: 17:00
Local: Auditório da Biblioteca Central / UNIFAP
Mesa de debate: Mapa da violência 2015: Um olhar para as desigualdades de gênero e raça (Realização: NEAB e Marcha das Vadias)


Anália Ramos
Acadêmica do Curso de Jornalismo UNIFAP

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Performer Sid Manequim será um dos convidados do II Colóquio Comunicação e Arte e III Simpósio sobre Gênero e Diversidade


Sid Manequim terá presença marcada nas atividades, sua participação será com a Performance “Eu preciso ser bonita”, retratando o exagero na estética e não aceitação ao corpo. O performer também irá ministrar oficina sobre “Performance Contemporânea”, dando ênfase à compreensão do corpo como centro das proposições artísticas e suas novas conexões nas formulações conceituais.

Durante o último dia de evento, além da apresentação de sua performance, Sid fará discotecagem na bafônica festa de encerramento DragParty. 

O artista ressalta estar feliz por contribuir na identidade de acadêmicos em Macapá, se diz ansiosa para o encontro com as pessoas em sua oficina e saber suas relações com o mundo onde vivem. “É a primeira viagem que faço para mostrar meu trabalho fora da minha zona. Me sinto abençoada. A minha expectativa de fazer novas amizades é grande, e se possível até um amor.”.

O performer de rua e Drag Queen Performer já foi ganhador da premiação ‘Cobra Criada’ em 2013 da Fundação Curro Velho, obtendo dois prêmios, o primeiro em Artes Cênicas com a Performance "Eu preciso ser bonita", e também em Artes Visuais com o trabalho "A Consciência da Morte".

Sid Manequim surgiu na cena Underground da cidade de Belém-PA em 2008, desde então, é conhecido por suas performances contestadoras, onde trás temas que evidencia política, social, estética. Sua arte caminha pelo sensível, humano, provocador, chocante. “A minha polêmica acontece naturalmente, não é forçada. Adoro usar maquiagem e saias longas, não me identifico com o meu sexo biológico, encaixo-me no gênero gay - não binário. Uso sempre algo para me diferenciar, odeio me sentir normal.”

Seu estilo é uma mistura entre o alternativo e o dark, tendo como influências Marilyn Manson, Boy George, Ney Matogrosso e Secos e molhados, esses trazem grande carga para seu trabalho de fotografia e palco.


Participação de Sid Manequim durante o evento

Oficina Performance Contemporânea
Dias: 10 e 11/12
Horário: 09h às 12h

Performance “Eu preciso ser bonita”
Dia: 11/12
Horário: 21h

Discotecagem Festa de encerramento: DragParty
Dia: 11/12
Horário: 22h

Algumas fotografias












Quer conhecer um pouco mais do trabalho de Sid? Segue em links seu perfil e canais de vídeo.

Criles Monteiro
Acadêmica do Curso de Jornalismo Unifap

Evento em dezembro na UNIFAP discutirá diversidade, movimentos sociais e feminismo


Nos dias 9 a 11 de dezembro, os projetos ‘Seminário de Gênero e Diversidade na Escola’, ‘Comunicação e Arte: Políticas do Corpo’ e ‘Simpósio sobre Gênero e Diversidade’, respectivamente em suas primeira, segunda e terceira edição, realizarão na Universidade Federal do Amapá (Unifap) evento em conjunto. O acontecimento discutirá “Educação para diversidade, novos movimentos sociais e feminismo” em vários pontos do campus Marco Zero.

O evento contará com rodas de conversas, mesas redondas, oficinas, minicursos, mostra de filmes e performances, que abordaram a discussão de temas como feminismo, igualdade de gênero, políticas LGBTT e étnico-raciais, abrindo diálogos para resistências, movimentos, questionamentos e provocação.

A programação começará nesta quinta-feira com o pré-evento, trazendo a Roda de Conversa “Chuca e Siririca: um diálogo sobre o corpo, interdições e descobertas”, e continuará na sexta-feira com a Mesa de Debate “Mapa da violência 2015: Um olhar para as desigualdades de gênero e raça”. E na outra semana, dia 04, Zeca Nosé terá seu primeiro encontro marcado em Oficina sobre Percepção Corporal.

Marcha das Vadias no Amapá
Em seu primeiro dia de evento oficial, a Unifap terá pela primeira vez a ‘Marcha das Vadias’ dentro do campus. No mesmo dia também acontecerá a ‘Vídeo-Instalação TransFormas’ com Éden Peretta, da Universidade Federal de Ouro Preto, o trabalho projeta "montagem" e "desmontagem" da maquiagem de quatro drag queens, em tecidos longos e temporalidades alteradas.

Vídeo-Instalação TransFormas

Na noite do mesmo dia acontecerá Roda de Conversa acerca do tema ‘A UNIFAP e o enfrentamento a homofobia e violência de gênero’. O fechamento do primeiro dia será com performance de Mapige Gemaque em “Brasil, mostra tua cara”.

O segundo dia de evento terá a prática do ‘Mamaço’ realizado pelo grupo Ciranda Materna, e também a realização do ‘Saiaço’. Às 19h ocorrerá Mesa de Debate sobre 'Gênero, violência e políticas públicas’ com Ruth Almeida (Professora UFRA), Alzira Nogueira (Assistente Social do MP/AP) e Marcus Cardoso (Professor UNIFAP). Após a discussão haverá a Performance ‘As flores do Homem’ com Naldo Martins.

No terceiro e último dia, o Festival de Imagem e Movimento (FIM) trará para a programação sessões de cinema a partir das 17h30. Pela noite, acontecerá simultaneamente duas mesas redondas, a primeira com discussão sobre ‘Movimentos Sociais e Resistências Feministas’ e a segunda sobre ‘Educação para diversidade’.

A última performance “EU preciso ser bonita!” será de Sid Manequim, Performer de Rua e Drag Queen Performer de Belém-PA, trazendo como temática o exagero na estética e não aceitação do corpo.

Os minicursos, oficinas e roda de conversa serão realizados no segundo e terceiro dia de evento, pela manhã de 09h às 12h. Estudantes também poderão apresentar trabalhos acerca dos temas nos mesmos dias, as exposições serão no horário de 14h às 17h.

Um dos diferenciais desse ano, será a Ocupação Infantil, essa acontecerá paralela à programação científica dos eventos. Crianças terão um espaço para ler, ver filmes, pintar e brincar enquanto seus pais usufruam do evento.

O evento terá como encerramento a Festa DragParty, que ocorrerá no Centro de Vivências da Unifap, com discotecagem do Performer Sid Manequim.


Criles Monteiro
Acadêmica de Jornalismo da Unifap

Resposta ao jornalista da Veja, Reinaldo Azevedo


O tweet de Reinaldo Azevedo e sua coluna na Veja refletem o efeito do corte, recorte e colagem de um corte do primeiro recorte. Com desvios do jornalismo, pois não houve nenhuma apuração ou consulta a fontes, e manteve total descontextualização do fato. 

É um jornalismo irresponsável. Desvio oportunista. 

O investimento público está muito bem aplicado. Há um público interessado e que vem debatendo nos movimentos sociais, nas políticas públicas, na educação e nas pesquisas o gênero e o corpo. Sabemos que é o espaço institucional está imerso no conflito das políticas para o gênero e para a sexualidade. 

Em dois dias que lançamos no site as inscrições, foram 200 feitas imediatamente. As inscrições já foram encerradas porque chegamos a 450 inscritos nos eventos, 50 crianças para a ocupação infantil e existe oficina com 80 pessoas interessadas. E temos várias oficinas e minicursos também abarrotados de gente. Haverá Grupos de Trabalho discutindo as políticas do corpo, as políticas públicas, os movimentos sociais, a educação e a diversidade. Mesas, cinema, exposição, vídeo-instalação, fotografia, roda de conversa, performance e ocupação infantil.

Reinaldo Azevedo escreveu sem nunca ter falado com ninguém da organização. Não fez nenhuma apuração, não abordou a intensa programação do evento que contextualiza a conversa chuca e siririca. Não escutou professoras, parcerias ou estudantes da organização ou da instituição. Ele parte de uma reportagem local, do G1 Amapá. A pauta é um print, retirado das redes sociais. Quase aquela coisa de fofoca. A fonte são os comentários de internautas e uma nota de esclarecimento lançada pela coordenação do Simpósio de Gênero e Diversidade. Não envolve o contexto dos eventos, da programação, da universidade, das pesquisas ou dos estudos. Está descomprometido. Faz pouco caso com o fato, com a realidade e com o local. Não se lança sobre a proposta extensionista dos nossos eventos e só tem ansiedade por desqualificar fulano, ciclano ou partido. Fere a instituição pública para ensino superior e agride o trabalho realizado pelas professoras, pelos professores, pelas alunas, pelos alunos e toda a rede que compomos. E escreve sem saber nada sobre os eventos, as campanhas, as pessoas ou a Unifap. Quer só fazer deboche e polêmica. Polêmica pela polêmica, mais do mesmo.

Pense numa brincadeira de telefone sem fio, que vai passando de boca em ouvido com altas distorções sobre os sentidos. Chega lá no último e ele resolve que vai esculhambar mesmo, não entendeu, não quer saber e vai dizer qualquer coisa que ele mesmo queira falar. Assim me pareceu o jornalismo do colunista Reinaldo Azevedo e da Veja.


Lylian Rodrigues
Professora no Curso de Jornalismo da UNIFAP
Coordenadora do Colóquio Políticas do Corpo

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Tire o RESPEITO do armário

O slogan e a campanha #TireOrespeitoDoArmário é uma proposta da Secretaria da Mulher e da Diversidade Humana, do governo da Paraíba, trazida pelo Políticas do Corpo, em 2014, quando convidou Gilberta Soares e a recebemos em Macapá. Ela mencionou o histórico da campanha e pontuou como a mais bacana porque possibilitou trabalhar pra fora e também pra dentro da própria instituição e do próprio governo.

A Campanha é de enfrentamento a homofobia, lesbofobia e transfobia. Um trabalho coletivo, que recebeu várias pessoas para vestir a camisa, fotografar e postar no facebook. Sair da invisibilidade dentro da própria família. Há pessoas que nem dizem quando moram com alguém gay ou trans.

Essa experiência mostra a tentativa de agir sobre os espaços, mesmo os mais duros. Tem que tentar por brechas, frestas e fendas a execução de uma política que quebra paradigmas. Gentes diversas e movimentos de gênero e sexualidade aqui de Macapá fotografaram. O laboratório do curso de Jornalismo produziu diversas imagens pelas campanhas 

#TireOrespeitoDoArmário e #TireOpeitoDoArmário

Lylian Rodrigues


Confira o Ensaio Fotográfico