Na última sexta-feira, 27, aconteceu na Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) a mesa de debate sobre o mapa da violência de 2015, a discussão trouxe um olhar para as desigualdades de gênero e raça. O encontro lotou o auditório da biblioteca central da Unifap com a presença de acadêmicos, professores e representantes de movimentos sociais.
O evento contou com a presença da socióloga e assistente social Alzira Nogueira, além da professora Lylian Rodrigues, e Jacqueline Nascimento, coordenadora da Articulação de Mulheres Lésbicas e Bissexuais do Amapá (ALBA).
A coordenadora do projeto ‘Políticas do Corpo’, Lylian Rodrigues, abriu o debate falando sobre os enfrentamentos a cerca da sociedade conversadora e preconceituosa. Ao entrar no tema sobre a violência, mesclou casos mundiais e locais, desde o tráfico de negros até à violência local a pessoas de bairros periféricos.
Alzira Nogueira deu grande ênfase ao índice de violência contra mulher, relatando números de homicídios às mesmas. “Os números são avassaladores, é assustador. A pergunta central do mapa é que sociedade e sociabilidade é essa que vivemos? Que processo social estamos vivendo que nos leva a esse lugar? De opressão, negação ao outro.”.
Jacqueline Nascimento trouxe seu debate e relato através da ausência de olhar às visibilidades lgbtt. “Nesse mapa, eu me encontrei como mulher, como jovem, como negra, mas não como lgbt. Nós não estamos no mapa da violência, nós não estamos em lugar nenhum. Passamos da invisibilidade para a invisibilidade estereotipada”. A estudante trouxe ao debate índices publicados pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), onde mostra o Brasil como 1º lugar no ranking mundial de assassinatos a lgbtt´s.
Posteriormente, o público também teve voz contribuindo para a discussão, trazendo inquietações e vivências.
Criles Monteiro
Acadêmica do Curso de Jornalismo Unifap
Fotografia: Marta Bezerra e Joaquim Gatz